INTERROGAÇÃO 44 ( a Publicar em 2025)
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É um romance político-social, satírico e fantasioso a decorrer na cidade de Lisboa nos anos 2015/16, 2021/22 e no futuro, ficcionando caminhos uns estranhos, outros utópicos.
Apoia-se a visão do autor nos acontecimentos que ocorreram na nossa socidade durante esses anos e no mesmo tom, retoma a narrativa anos depois, mas sem rede.
Numa escrita popular irreverente e cáustica desafia o leitor a lançar-se na teia da história onde há de tudo: ganância, muito dinheiro, crime, droga, sexo, poesia e política; umas pessoas bonitas e outras feias.
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O personagem principal, o Senhor Comendador, é um grande empreendedor na hotelaria- restauração e bares - na indústria ligeira, nos serviços às empresas e muitos outros negócios espalhados pela economia informal e muito informal.
É um dos membros fundadores da CEPReS, sociedade ritualista e secreta que reúne empresários e ex-políticos que combatem o regime democrático.
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Duas famílias de trabalhadores de classe-media, uma funcionária pública, um director de marketing, um poeta/contabilista e uma técnica de contas brasileira, dão expressão à amizade e conflitos normais entre amigos.
Passam por estas páginas muitos personagens uns interessantes outros inquietantes e para o romance não acabar em fundo negro, a escorrer sangue e tortura, levou umas pinceladas de “ happy end” que não vai agradar a muitos por o acharem delirante e impossível de acontecer.
A ver vamos...
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Sobre a Interrogação 44:
Este romance do Manuel Marcelino é uma bem-sucedida mistura de crítica social e política. São muitos os “quadros” em que o leitor é levado a sentir desprezo pelas personagens aqui retratadas - o Sr. Comendador e seus “compagnons de route” e por algumas personagens femininas que são um ultraje às verdadeiras mulheres que todos os dias lutam pelos seus direitos numa sociedade que se quer mais justa e igualitária. Por outro lado, é um alerta para uma possibilidade de um futuro que seria um retrocesso civilizacional que não se pode sequer imaginar…
E depois há histórias verdadeiramente comoventes e que nos fazem pensar no que sofrem as famílias que têm parentes presos ou parentes internados em hospitais
Uma das coisas que mais apreciei foi uma espécie de ironia dramática “brechtiana” que perpassa em todo o romance, fruto talvez do facto de o autor ser antes de mais um dramaturgo.
O modo como o narrador “dialoga” com o leitor é maravilhoso!
Parabéns, Mané!
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Tyverskaya Marlova
Leitura de ANTÔNIO TORRES
Membro da Academia brasileira de letras;
Sócio Correspondente da Academia de Ciências de Lisboa;
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Representando algo triunfalista do mundo dos negócios em tempos de selvagem liberalismo económico, o senhor Comendador submete todos que lhe cercam a seus caprichos, desconhecendo fronteiras para as suas ambições empresarias, sobretudo as estabelecidas pela ética nas relações entre o privado e o público e a sociedade no geral.
Eis o mote que levou o actor e dramaturgo Manuel Marcelino, à construção de um quadro no qual ele expõe, a seu modo, por vezes corrosivamente irónico as veias abertas do mundo contemporâneo, em versão portuguesa, com certeza.
Há aqui, sim, muito de romance político de extracção farsesca, mas também de comédia de costumes, entre conflito de classes, tensões à esquerda e à direita, nostálgicas utopias (de que a cena do Jardim das Delícias é exemplar).
Tudo para sua reflexão – e diversão – que ninguém é de ferro.
Palmas para o Manuel Marcelino, cujo talento artístico este aqui conhece desde menino.
Antônio Torres
tem obra publicada em Portugal
NOVELA ALUCINADA
À BEIRA DE UMA HIPOTÉTICA
3ª GUERRA MUNDIAL
(Romance em revisão)
Começa assim:
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Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana.
Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta.
Albert Einstein
I
Meu caro P.R., as notícias que os nossos serviços de informação me fizeram chegar são muito complexas e algumas desconexas.
A grande instabilidade mundial, as ameaças globais decorrentes e os riscos que provavelmente corremos são enormes e eminentes.
Peço-lhe que, na qualidade de Comandante supremo das FA, ainda hoje se dirija à nação e informe os cidadãos do que poderá acontecer. Estarei ao seu lado direito e o Sr. Comandante Chefe do Estado Maior das FA, ficará do seu lado esquerdo. Nenhum de nós tomará obviamente a palavra.
Vou imediatamente reunir o Governo e amanhã falarei à nação a partir da AR.​
2
Nós somos a Tertúlia informal de nome Maiakovki”, homenagem ao cidadão e ao poeta revolucionário, que divulgou as suas ideias de forma coerente e original. Numa linguagem do dia-a-dia, escreveu entre belos poemas este tão simples.
“Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceite, desconfio que há falta de amor.”
Sou a Isabel e fazem parte deste grupo de reflexão, os meus amigos Luís, Mariana, Elisa, Jorge, Quim, António, Guilherme e a Maria Madalena, onde além das discussões, por vezes bem acesas, mantemos fortes laços de amizade e amor à poesia.
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3​
Há uma semana que estou em Long Beach, perto de Los Angeles, à volta do meu veleiro, a receber as instruções dos técnicos em como utilizar todos os gadgets com que equipei, a “chalupa”, nome de batismo do meu pequeno veleiro.
Amanhã saio da Califórnia em direcção aos Açores.