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O EU POETA

Desde muito cedo que a poesia me deu o braço e andámos juntos a vida inteira. A minha mãe, leitora compulsiva, fez-me descobri-la e não só.
Aderi ao DL juvenil onde só consegui publicar desenhos pois, como me dizia Mário Castrim, o que escreves não passa na censura!
Comecei a escrever poesia em 1964 até 1975 e retomando a escrita em 2023.

Vou publicar alguns desses poemas, assim como os de um movimento poético que tentei criar, mas durou muito pouco tempo.
também novos poemas.

â€‹É a vida, lá dizia a tia Maria das Couves.

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POEMAS DESCOBERTOS NUMA SEBENTA (anos 60)

​

AFRICA NEGRA

 

Tum   Tum   Tum

Grito de tambor

Acorda a selva

Tum   Tum  Tum  

Despertar tardio

Mas sadio e revelador

Tum.  Tum.  Tum.  

Acordem   acordem

A vossa hora chegou

 

Africa Negra

Escravizada

 

O vosso suor enche as barrigas 

aos que de longe

Vos comem as entranhas

 vos mandam chicotear 

abusam das vossas mulheres e filhas

 borrifam de napalm as florestas onde se escondem

 

Tum   Tum  Tum  

A hora da libertação chegou

Tum  Tum  Tum

Gritos de raiva

Dor

mas sonhadores

Reveladores do bater do coração

Novo mundo a descobrir...

 

O Leão que encarnam

Protegido pelas vossas armas

Ocupa o seu lugar na tua coragem

Como tu camarada lutador

Na guerrilha libertadora

Disparas 

Gritos de

Esperança

Liberdade

Saber

Emboscadas reveladoras e cheias Certeza

que a vossa hora chegou

 

Pendurado nas negras tetas

O bébé chora de alegria

O felizardo

Não sentirá a opressão que se abateu 

sobre os seus antepassados

viverá feliz, solidário e em liberdade.

 

Tum  Tum  Tum  

Os negros cantam de alegria

Chora o branco colonialista

A ver o seu estômago encolher

 

Tum   tum.  Tum 

O dia está a nascer

O mundo de olhos em ti 

preto, negro, mestiço ou branco de arma na mão

mostra ao mundo 

que sem africa dos africanos

outrora escrava agora quase liberta

 

Tum   Tum.  Tum. 

Teus filhos são bem-vindos

Recebidos com amor.

Tum   Tum.  Tum.  

 

Conjuntamente com os nossos

Os do puto teus irmãos 

Obrigados a matar-te 

Tum Tum Tum 

Ao sabor desse tambor

E do rufar dos nossos

unamos os nossos esforços

para nos livram-mos nós da opressão

Vocês do colonialismo

 

Tum.   TUm.   TUM.

 

(26/12/63)

 

Foi preciso o Golpe militar do 25 de abril 

Para a nossa liberdade

E em 1975 a independência das nossas colónias.

As independências africanas começaram nos anos 50

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